A mais bela jornada da existência é buscar razoável consciência do que somos. Levamos muito tempo para objetivar ações conscientes que denotem que somos os gestores de nós mesmos. É necessário perceber que, no ato de assumir o protagonismo, objetivamos passos em vista da realização humana. No cuidado das dimensões de nosso ser se ampliam as possibilidades em cada oportunidade.
A dimensão familiar contribui com os referenciais afetivos e modelos que proporcionam a experiência fundante do ser: que é amar porque se sente amado. Aprendemos, através do exercício diário: a tolerância, a transparência, o espírito colaborativo, as bases do diálogo e o respeito à diversidade de pensar, sentir e se expressar.
A dimensão pessoal revela o que pensamos, sentimos, sonhamos, desejamos; como administramos as emoções, sentimentos, decepções, frustrações; como equacionamos o esperado e o inesperado no conjunto das vivências. Sempre em busca de um senso mais apurado de si mesmo, revelamos nossa personalidade e toda riqueza que ela possui.
A dimensão social traz a amplitude das relações que aos poucos agregam elementos do sistema escolar; da religião; da participação em eventos coletivos; no exercício da profissão e imersão em ações de voluntariado, militância, ativismo e missão. Constituímos nosso eu social, onde se evidencia o perfil particular como seres no mundo.
A dimensão transcendente nos leva a qualificar continuamente a relação com nós mesmos e com os outros seres em vista da realização humana. Não como ponto de chegada, mas como constante busca de quem se aprimora no ato de caminhar e se refaz no percurso. Sair de si e ir ao encontro do outro nos é dado pelo poder da transcendência, e, no quanto reconhecemos no outro a sua dignidade, se evidencia a espiritualidade.
Sempre é tempo, não obstante as contingências de nosso viver, ampliar nossa consciência do que somos e o que podemos nos tornar em benefício de todos os seres, porque por ali passa a realização humana.
Isaias Pablo Klin Carlotto
